segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Feliz "dias" do Professor

Este texto, nos faz pensar o quando somos miseráveis e ao mesmo tempo tão maravilhosos, essenciais, importantes nas vidas das pessoas. Na nossa miserável vida conseguimos ser importantes, e portanto e nisso que nos agarramos, por amar tanto a docência.

Jaquilene..

O papel do educador na Escola PúblicaProf. Chafic Jbeili – www.unicead.com.br

Dia 15 de outubro comemora-se o dia do professor, este profissional cuja função principal está permeada na multiplicidade de papéis que precisa desempenhar em sala de aula. De tantos papéis secundários e terciários que lhe são cobrados, exigidos, inspirados e até constrangidos representar em sala de aula e na vida dos educandos, perdeu-se de foco o papel principal que lhe cabe de fato: o de educar formalmente o sujeito!

Educar é o mesmo que incentivar o gosto pela aprendizagem, desenvolver habilidades, aprimorar conhecimentos, mediar informações estratégicas e formar o cidadão. Educar é subtrair a genérica ignorância das pessoas e iniciá-las na ecleticidade cultural para sugerir horizontes de acordo com as vocações percebidas. Educar é balizar saberes para o bem viver pessoal, social e profissional dos educandos em todas suas fases. E isto é pleito antigo!

Desde 1827 quando Dom Pedro I baixou o Decreto Imperial criando o Ensino Elementar no Brasil já se discutiam política didático-pedagógica, disciplinas curriculares, questões salariais, entre outros assuntos constantes nas pautas modernas sobre Educação. De lá pra cá várias ações foram sugeridas por meio de projetos e portarias, mas muito poucas mudanças significativas foram efetivadas. Dentre as ações de estímulo está a comemoração do dia do professor, como se um dia de festa, com escolas fechadas e vazias, servisse de fato para dignificar a profissão docente, como prevê o Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963. E isto é engodo antigo!

Passados cento e oitenta e três anos do Decreto Imperial e quarenta e sete anos do Decreto Federal fundamentando a Educação no Brasil e homenageando o profissional educador, respectivamente, percebe-se que muitos avanços foram inseridos nas escolas, porém a discussão de base sobre a classe profissional permanece estática, sem grandes alterações, sem maiores incentivos, sem novas perspectivas, mas com muitas promessas e esperanças, sim!

A docência é a profissão do passado, do presente e do futuro. Os países que passaram por grandes guerras e se viram arruinados descobriram que a Educação é o alicerce que dá crescimento sustentável e tecnológico a toda sociedade. Sem registro, transmissão, manutenção e aprimoramento do conhecimento é impossível uma pessoa ou uma nação se desenvolver e sobreviver com decência. Por isto o professor precisa e deve ser reconhecido e estimado por todos.

A mediação do conhecimento é uma arte extremamente honrada e valorizada nos países orientais. Os principais países mais ricos do mundo são aqueles que no passado, por alguma razão tradicional ou necessidade de sobrevivência investiram majoritariamente em educação e valorizaram o profissional docente. O Brasil parece despertar para a valorização (ainda que timidamente) na Educação e no professor. E isto é sinal de bons tempos!

Educadores também precisam investir em suas carreiras, zelar pela formação continuada. Mesmo ganhando pouco, é preciso fazer sacrifícios e investir em capacitações de qualidade ao invés de procurar cursos e livros pelo preço apenas. Fico triste quando vejo educadores maltrapilhos; falando e escrevendo muito mal; sem acesso a internet; se acabando para granjear o pão de cada dia, às vezes sendo obrigado a se comportar como mendigo e, como quem tem a mão estendida e em formato de concha, rezinga como se vivesse da caridade alheia. O que vamos comemorar agora?

O educador no Brasil precisa ser tratado como o desbravador das fronteiras mentais, aquele que sugere infinito horizonte onde antes só se conseguia ver o alto e chapiscado muro da ignorância compelida. Ele tem o mapa do bom senso e a bússola da inteligência. Ora se faz de placa indicativa, ora se faz de guia. O educador sabe onde encontrar as informações e se dispõe andar junto o caminho da aprendizagem, orientando pessoas nas trilhas do saber.

O educador é o alquimista que facilita o processo de transmutação da informação em conhecimento. Por isto, precisa conhecer bem os elementos que intelectualmente maneja, porque ao provocar conhecimento também faculta ao educando degustar poder. O poder do saber e o domínio do não-saber.

O educador de hoje provoca idéias, estimula raciocínios, faz pensar, facilita encontrar ou construir soluções para o bem. Ele seduz o tímido e o excluído para excitar suas criatividades e provocar regozijo de realizações e relações produtivas. O educador trata a coisa séria de forma lúdica e desvela nas sórdidas brincadeiras coisas sérias demais.

Neste contexto imagine que em sala de aula, por nano segundos, o educador é sem saber ou notar: o juiz, o réu, o médico, o psicólogo, o pai, a mãe, a tia e a avó, o deputado e o delegado; é o vendedor e o comprador; embaixador e advogado; o coisa-ruim e o santo. Nestes papéis, sendo tudo para todos em um momento, no final da aula corre o risco de sair sentindo-se um ninguém, porque todo aquele que muito se doa, natural que em algum momento se sinta vazio. Em outro momento sai da sala se achando “o tal” (e realmente foi!), mas somente até a próxima reunião pedagógica, quando será cobrado daquilo que não lhe foi instruído ou oferecido suporte, daí volta à estaca zero, sem saber o que realmente faz ali, naquela reunião, naquela escola, naquela profissão e principalmente sem saber qual será o seu próximo papel.

A todos os professores, com todo meu respeito, carinho, admiração e gratidão, feliz dia dos professores!

Prof. Chafic Jbeili

CONSULTORIA - CURSOS - OFICINAS - PALESTRAS
Formação continuada e qualificação profissional
(38)3082-0876 | (38)9184-0439
e-mail: chafic.jbeili@gmail.com
www.chafic.com.br | www.unicead.com.br
Montes Claros(MG) | Brasil

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Carta ao ente querido...

Querida irmã,
Eu sei o quanto é difícil ficar longe de pessoas que amamos e não poder recorrer. Eu sei o quanto interferência de terceiros causa ruidos que muitas vezes abalam estruturas que passam a ser difíceis de serem restruturadas.
Vou ser sincera ao ponto de dizer que estou triste em saber que vc e a joseli não estão se falando, que ao meu ver por determinações esteriotipadas, por conclusões definidas por pessoas que não conviveram e não sabem reconhecer a essencia da outra.
Não sou ninguém para dizer o que vc deve ou não fazer, mas tenho experência suficiente para dizer que o que vc está fazendo, ou o que vcs estão fazendo não vale a pena, que mágoas que estão acrescentando a essa vida será mais tarde motivo de arrependimento profundo. Por mais que instituições desde a doutrinação nos coloca uma versão um tanto destorcida de família, precisamos refletir aquilo que realmente é real. Digo algo para refletir, pai, mãe, irmão e filhos são famílias o restante é agregados que passam por sua vida com o intuito de complementarem sua evolução. Amigos, colegas, maridos, esposas são seus companherios de vida. Mas realmente aqueles que temos a quem contar nas horas mais difíceis ou não são nossos, pais, nossos irmão e nossos filhos.
Analise um pouco as experiências das outras pessoas. Tenho certeza que vai perceber que quando a coisa se torna realmente difícil quem ficará ao nosso lado, 1º a mãe, segundo os irmãos, terceiro os filhos e por último o pai, geralmente o restante em graus maiores ou menores não te apoiará.
Sua irmã por mais difícil que ela seje não merece seu abandono, pois querendo ou não ela sempre foi sua amiga e não merece tamanha falta de consideração da sua parte.
Sei que pensará ou ficará magoada comigo, mas é imprecindível manifestar minha opinião e meu sentimento diante dessa situação. Peço a Deus que dêem oportunidades de vcs refletirem a respeito, retome sua ligação com ela antes que seje tarde. Ela está magoada com vc, sei que tb esatá, mas não é possível que pessoas adultas como vcs possam sustentar essa situação.
Espero receber notícias melhores.
Te amo muito.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A priorização da Competência Leitora no desenvolvimento intelectual e social.

Resumo:
O texto apresenta uma reflexão sobre a conceituação de competência leitora e sua importância para desenvolvimento intelectual e social do indivíduo. Sendo um eixo importante no desenvolvimento cognitivo dos discentes. Apresenta o objetivo principal dos órgãos educativos do Estado de São Paulo nesta questão. Além de uma abordagem através de um quadro, demonstrando uma análise de aplicabilidade das competências leitoras nas situações de aprendizagens propostas pelo material da Proposta Curricular do Estado de São Paulo entre várias disciplinas. A analise realizou-se junto aos professores de uma escola estadual da Grande São Paulo, que possibilitou uma visão das dificuldades do aluno e da compreensão do profissional referente ao tema competência leitora.

Palavras Chaves: competência, leitura, sociedade.


O intuito de discutir sobre competência leitora veio das diversas situações apresentadas envolvendo a atualidade, como a nova Proposta Curricular do Estado de São Paulo, que se tornou obrigatória com a Resolução SE 76, de 7/11/2008, trazendo como principal objetivo à competência leitora e escritora; o desenvolvimento do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores, que também envolve a competência como foco formador, além de todas as avaliações externas aplicadas pelo governo para avaliar as instituições, que também se baseiam na formação, ou seja, na avaliação de bons leitores.
É importante destacar que quando se diz bom leitor não é aquele que sabe ler, mas num conceito mais amplo é aquele que compreende o que está escrito, interpreta, infere.
Portanto se faz pensar neste contexto que se instala nas escolas, que alunos são alfabetizados, mas infelizmente não são leitores, pois muitos não compreendem um enunciado. Exemplo é problemas matemáticos que acabam imperando dúvidas, pois essa competência, naquele momento, torna-se inviável, mas com mediação de problematização intervinda dos educadores essa ação, pelo educando, torna-se possível.
Contudo a discussão se torna importante no sentido que educadores precisam se apropriar e oferecer em suas aulas situações problematizadoras, como já discutia Paulo Freire, para que nossos alunos venham a adquirir tais competências, tornando-os competentes leitores e consequentemente bons escritores.
Precisamos agir de forma que nossos alunos olhem o mundo de forma crítica, porém conscientes dos direitos e deveres que os torna cidadãos, mas a mediação vem da escola, deixando-os cientes, e porventura não alienados, percebendo que fazem parte do todo.
O texto inicialmente abordará conceitos através de vários autores sobre o significado de competência. Na sequência uma reflexão sobre o tema, perfazendo a Nova Proposta Curricular do Estado de São Paulo diante de situações de aprendizagem. Após as avaliações externas utilizadas pelo Governo do Estado e por último uma experiência discutida com professores de uma escola pública de Mauá.

2 – A PRIORIZAÇÃO DA COMPETÊNCIA LEITORA NO DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL E SOCIAL.

Compreender o que é competência é essencial para esse contexto, pois é nessa compreensão que se caracteriza a priorização da competência leitora e escrita caracterizada pela Proposta Curricular.
Adquirir competência está na capacidade de apoio ao conhecimento, segundo o que Terezinha Azeredo Rios, 2003, manifesta:
...competência são capacidades que se apóiam em conhecimentos. A capacidade de envolver os alunos em suas aprendizagens, por exemplo, vai requerer o conhecimento do conteúdo que se vai levar ao aluno etc. Compreender-se que é fundamental considerar a situação em que se desenvolve o trabalho, na medida em que ela mobiliza determinados saberes e demanda a organização de novas capacidades, em virtude do processo que se desenvolve social, técnica e politicamente. (RIOS, 2003:78).

Uma outra definição é apresentada por Silva (1999):
Competências são capacidades de natureza cognitiva, sócio-afetiva e psico-motora que se expressam, de forma articulada, em ações profissionais, influindo, de forma significativa, na obtenção de resultados distintivos de qualidade. (SILVA, 1999:60).

Segundo Allessandrini, (2002), coloca como:
...a competência manifesta-se em um conjunto, por meio da articulação de diversas habilidades. Durante o processo de equilibração majorante, a competência representa o resultado do diálogo entre habilidades e aptidões que possuímos, as quais acionamos para buscar um novo patamar de equilíbrio quando entramos em desequilíbrio, pois há uma transformação a ser processada. Esse novo patamar implica uma nova organização dentro do caos representado pelo desequilíbrio temporário e fundamental para a evolução do sistema. Durante esse processo, observamos dinamismos como a capacidade para estabelecermos relações de semelhança e diferença que discriminar. E assim, sucessivamente, com a presença de outras redes de esquemas que dialogam constante e continuamente para desvendar estratégias possíveis que criam e constituem novas respostas para situações-problemas novas ou antigas. (ALLESSANDRINI, 2002:164-165).

Portanto a competência constitui um conjunto de conhecimento que habilita o indivíduo a vários desempenhos na vida, bem como, o emprego de atitudes adequadas às tarefas e o conhecimento, pressupõem operações mentais.
Leva-se a analisar que quando se fala de competência leitora o indivíduo interpreta o mundo em que vive de acordo com o contexto, mas também com tudo aquilo que adquiriu a partir do conhecimento. A leitura não está somente no ato de ler os textos, mas também, soma-se à leitura de mundo constituída da cultura e do meio em que vive.
Ler está além de depositar os olhos num texto, pois se pode ler e não compreender nada, uma vez que não se tem competência para aquela leitura, exemplo é um especialista em lingüística ler um texto de física quântica, com certeza ele lerá o texto, mas não o compreenderá.
Ler, verbo transitivo é um processo complexo e multifacetado: depende da natureza, do tipo, do gênero daquilo que se lê, e depende do objetivo que se tem ao ler. Não se lê um editorial de jornal da mesma maneira e com os mesmos objetivos com que se lê a crônica de Veríssimo no mesmo jornal; não se lê um poema de Drummond da mesma maneira e com os mesmos objetivos com que se lê a entrevista do político; não se lê um manual de instalação de um aparelho de som da mesma forma e com os mesmos objetivos com que se lê o último livro de Saramago. (SOARES, 2009) .

Ceslestin Freinet (1896-1966), empregava o método global para iniciar a criança a leitura, utilizando palavras conhecidas do cotidiano, uma vez que a precisão e a riqueza da leitura dependem unicamente da prática e da compreensão global das palavras conhecidas do texto, valorizando a leitura, as descobertas e as pesquisas das crianças. (2009: 28)
“Apresentar um documento não se reduz à mera leitura do mesmo, quando muitas vezes ocorre apenas a decodificação de palavras, e não a compreensão do texto. Trata-se de um processo que passa por várias fases, a partir de um olhar crítico preliminar”. (SCHMIDT e CAINELLI, 2004: 96-105).

A prioridade da competência leitora, que está fundamentada na importância de preparar a escola a ser apta a preparar os alunos a modernidade, segundo o que está organizado na Proposta Curricular , chama à atenção a deficiência a ser corrigida, pois os alunos convivem com tanto dinamismo proporcionado pela tecnologia que não percebem a importância de compreender a ler, da utilização de tanta informação para o cotidiano.
Segundo SILVA, 2004, “As competências adquiridas nas experiências de leitura conferem aos leitores um repertório de estratégias, dentre as quais será possível escolher aquela que parece mais conveniente para enfrentar as dificuldades apresentadas em uma nova situação”. (SILVA, 2004: 73).
Portanto as escolas públicas do Governo do Estado de São Paulo inseriram a partir de 2008, um novo contexto que através de situações de aprendizagem que incorporam o conteúdo a contextualização, favorece a construção de significados que mobilizam o conhecimento a serviço da inteligência ou dos projetos das pessoas.
A definição que a proposta estabelece está em uma escola de espaço cultural e de articulação de competências e conteúdos das disciplinas, segundo ela, democratizando e indicando o que o aluno vai aprender.
E a competência leitora é o eixo primordial dessa proposta, pois ela está contida em todos as áreas de conhecimento baseada na matriz de referência oferecida pelo Ministério da Educação.
A Proposta Curricular distribuiu cadernos para o professor com toda uma estrutura de situações de aprendizagem que prevê desde a quantidade de aulas suficientes para aquele conteúdo, perfazendo as competências a serem adquiridas com as atividades propostas até as estratégias que o professor poderá realizar e somando a este, os alunos também receberam cadernos de exercícios para os estudos aplicados pela situação de aprendizagem proposta.
Pode-se observar que todas as situações de aprendizagem contemplam a competência leitora, exemplo é a situação de aprendizagem de arte, que estabelece as competências: compreender a idéia de intervenção em arte, articular imagens, idéias e sentimentos por meio da especificidade dos processos de criação nas linguagens das artes visuais; na disciplina de matemática no 3º ano do ensino médio estabelece algumas competências: Ler, construir e interpretar informações de variáveis expressas em gráficos e tabelas.
Quando se observa o caderno de biologia suas competências também contemplam a competência leitora ao estabelecer as seguintes competências na situação de aprendizagem 4 do 2º bimestre: interpretar tabelas nutricionais, compreender os fatores que contribuem para o gasto energético diário.
No caderno do 2º Bimestre de inglês situação de aprendizagem 1 tem-se como competência, inferir sentidos de palavras, relacionar palavras em língua inglesa e suas definições; em química do mesmo bimestre situação 1 estabelece a compreensão dos experimentos de Rutherford e a interpretação dos fatos observados.
Visto que a proposta é estruturada nas Matrizes de Referências que garantem três grupos de competências que tem como funções: Observar, realizar e compreender, pode-se entender o quanto é importante à priorização da competência leitora, pois ler implica em observar, interpretar aguardando a tomada de decisão, também na transformação da inicial observação e de modo consciente permitem compreensões próprias à elaboração cognitiva.
O parâmetro utilizado pela Secretaria de Educação e órgãos ligados a ela para implementação da proposta Curricular que além da inovação do Currículo utilizado nas escolas através das situações de aprendizagem, outra ação é o sistema de avaliação aplicada nas escolas pública, o SARESP , que é utilizado para verificação das aquisições de competências pelos alunos em seus cursos.
O SARESP foi formulado de acordo com o PISA um sistema de avaliação internacional de habilidade e conhecimento de jovens de 15 anos, que tem como objetivos: avaliar conhecimentos e habilidades, relacionar diretamente o desempenho dos alunos a temas de políticas públicas, permitir o monitoramento regular dos padrões de desempenho.
O sistema de avaliação SARESP uma vez, utilizando os mesmos parâmetros que o PISA tem a possibilidade de comparação com outros países e podendo aplicar ações que venham a melhorar as escolas e capacitar profissionais, viabilizando materiais de aprendizagem.
Contudo um item nos leva a reflexão da nossa discussão, o PISA foi primeiramente implantado em 2000, visando o letramento que implica em aprender a ler e a escrever dentro de um contexto que faça parte da vida do aluno, que significa que é o significado que o objeto deve ter para ser entendido e assimilado dentro do contexto social.
Segundo SOARES, 2006, dispõe que:
...ter-se apropriado da escrita é diferente de ter aprendido a ler e a escrever: aprender a ler e escrever significa adquirir uma tecnologia, a de codificar em língua escrita e de decodificar a língua escrita; apropriar-se da escrita é tornar a escrita “própria”, ou seja, é assumi-la como sua “propriedade.
Retornarmos a grande diferença entre alfabetização e letramento, entre alfabetizado e letrado. Um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado; alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; já o indivíduo letrado, o indivíduo que vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita. (SOARES, 2006: 39-40).

Segundo Magda Becker Soares, professora titular da Faculdade de Educação da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e doutora em educação, o letramento é condição de quem pratica socialmente a leitura e também aplica a escrita como parte integrante da interação entre pessoas.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, (1999), diz,
Ao procurar compreender as linguagens e suas manifestações como sinônimos da própria humanidade, em busca de uma troca constante para a vida social, o aluno aprende a elabora-las para fins determinados. Os recursos expressivos, com finalidade comunicativa, presentes nas linguagens, permitem a relação entre sujeitos de diferentes grupos e esferas sociais”.
A aprendizagem do caráter produtivo da linguagem faz parte constante do controle sobre o texto que será elaborado. O fazer comunicativo exige formas complexas de aprendizagem. Deve-se conhecer o que e o como, depois dessa análise reflexiva, tenta-se a elaboração, com a consciência de que ela será considerada dentro de uma rede de expectativas autorizadas.
Entra-se no limite da transversalidade dos usos da linguagem no social. Às escolhas individuais impõem-se os limites do social, que envolvem esquemas cognitivos complexos daqueles que podem escolher, porque tiveram a oportunidade de aprender a escolher. Para a maioria, a aprendizagem dessas disposições na escola é fundamental.
...A linguagem verbal, oral e escrita, representada pela língua materna, ocupa na área o papel de viabilizar a compreensão e o encontro dos discursos utilizados em diferentes esferas da vida social.(PCN, 1999:130-131).

Realizou-se uma discussão sobre o tema “competência leitora” na Escola Estadual Professor Antonio Messias Szymanski, localizada em Mauá, no período de 01 de setembro de 2009 a 15 de setembro de 2009 nas segundas e terças feiras em horário de HTPC , com os professores. Através de uma oficina eles preencheram o quadro, a partir de experiências vivenciadas em sala de aula, priorizando as competências e habilidades, já descritas no documento, além de registrarem o resultado da aplicação. Como segue na tabela 1.



Através dessa oficina observou-se que as atividades propostas aos alunos tem aplicabilidade leitora, pois na execução dos exercícios procedem em realizar interpretações, inferências, análise e interpretação de gráficos, textos, maquetes.
Observou-se também no processo de discussão a aplicação do quadro, que alguns professores também necessitam de subsídios na compreensão dessa competência, uma vez que alguns estabeleceram relação com a necessidade ou não de ler textos literários, que a leitura de textos rebuscados desestimulam, mas quando compreendemos essa competência percebe-se que ler depende do que a pessoa já sabe, experiências adquiridas na trajetória de sua vida, destacando-se que qualquer atividade se desenvolve na consciência com o próprio mundo.
SANTOS, 2008, coloca que,
...essas estratégias não são produto de um desenvolvimento iluminado de forma isolada pelo indivíduo. Ao contrário, elas são elaboradas ao longo de uma trajetória que exige postura ativa e construtiva por parte do indivíduo (ou aluno) em suas relações com outras pessoas que já tenham desenvolvido mecanismos de apropriação do texto...Cabe mediar o processo de leitura dos textos específicos da disciplina que lecionam, incorporando as reflexões sobre a leitura ao seu fazer cotidiano, além de mediar o processo de construção e desenvolvimento do Letramento. (SANTOS, 2008:2-3) .

Portanto se uma criança não tem repertório para aquela leitura é compreensível que ela se desestimule, pois não faz parte do seu mundo.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, 1999, coloca que:
Compreender a língua é saber avaliar e interpretar o ato interlocutivo, julgar, tomar uma posição consciente e responsável pelo que se fala/escreve. Toda fala/escrita é histórica e socialmente situada, sua atualização demanda uma ética. Onde se aprende isso? A experiência escolar é necessária e, mais, deve ser uma necessidade sentida pelo próprio aluno.
Não enxergamos outra saída, senão o diálogo, para que o aluno aprenda a confrontar, defender, explicar suas idéias de forma organizada, em diferentes esferas de práticas da palavra pública, compreendendo e refletindo sobre as marcas de atualização da linguagem.(PCN, 1999:143).

O professor deve se incumbir, oportunizando diversas situações de desenvolvimento a leitura, desde um texto com vocabulário rebuscado, seja ele literário ou científico, até os mais modernos, para que os alunos adquiram repertório e estejam aptos a ler qualquer tipo de texto.
Segundo MACHADO, 2002, manifesta que:
...a formação escolar deve prover as pessoas de competências básicas, como a capacidade de expressão, de compreensão do que se lê, de interpretação de representações; a capacidade de mobilização de esquemas de ação progressividade mais complexos e significativos nos mais diferentes contextos; capacidade de construção de mapas de relevância das informações disponíveis, tendo em vista a tomada de decisões, a solução de problemas ou o alcance de objetivos previamente traçados; a capacidade de colaborar, de trabalhar em equipe e, sobretudo, a capacidade de projetar o novo, de criar em um cenário de problemas, valores e circunstâncias no qual somos lançados e no qual devemos agir solidariamente. (MACHADO, 2002, p 152).


3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS.

A partir de estudos e discussões realizadas para observar a importância de trabalhar competência leitora em atividades problematizadas concluiu-se que é essencial o desenvolvimento de situações que levam os alunos a potencializar a leitura, pois é na aquisição dessa competência que o indivíduo pode ser um atuante eficaz no meio em que vive e principalmente desenvolver-se socialmente com chances igualitárias na sociedade.
O indivíduo que realça a competência leitora tem oportunidades na sociedade, pois sabe compreender entrelinhas e leva-o a ser um cidadão inserido na sociedade.
As instituições estão vivenciando uma transformação educacional que manifesta a problematização dos conteúdos, sistematizando competências que gera uma reflexão real na constituição cognitiva.
Vivenciar essa trajetória é sentir como esse processo se desenvolverá, portanto avaliar formativamente, que significa ter um olhar para os quatro eixos que direciona ao processual, um olhar de modo comprometido e profissional, ao desenvolvimento das atividades; continuado, um olhar a produção escrita e outras atividades de produção de textos, exercícios solicitados; pontual ás avaliações individuais e autoavaliativas sugeridas a observação ao próprio indivíduo.
Que remete a uma nova proposta de estudo, a avaliação que possibilitará uma analise do corpo docente e discente na aplicação das competências, verificando a necessidades reais de aperfeiçoamento das estratégias e metodologias pedagógicas, bem como da gestão escolar.

4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

FINI, Maria Inês. Matrizes de Referência para a avaliação Saresp: documento básico. São Paulo: SEE, 2009.
MURRIE, Zuleika de Felice. Caderno do Gestor.Gestão do currículo na escola / Volume 1. São Paulo: SEE,2008. Pg 30.
Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. Secretário de Educação Média e Tecnológica. – Brasília: Ministério da Educação, 1999.Pg.131-131-143.
PERRENOUD, Philippe; THURLER, Mônica Gather; MACEDO, Lino de MACHADO, Nilson José; ALLESSANDRINI, Cristina Dias. As competências para ensinar no século XXI. A formação dos professores e o desafio da avaliação. São Paulo, ARTMED, 2002: 164-165-152.
RIOS, Terezinha Azeredo. Compreender e ensinar. Por uma docência da Melhor qualidade. 4ª ed. São Paulo, CORTEZ, 2003: 78.
SILVA, Janete B. Abrindo janelas à noção de competência para a construção de um currículo interdisciplinar. São Paulo, PUC, 1999:60. Dissertação de mestrado em Educação.
SILVA, Vitória Rodrigues. Estratégias de leitura e competência leitora: contribuições para a prática de ensino em História. In: História, (2004) v.23, n.1-2, pp.69-83.
SANTOS, Vinícius Teixeira. Revista Espaço acadêmico nº 90, Letramento em História, (2008). RJ. http://www.espacoacademico.com.br/090/90santos.pdf. Acesso em 20/08/2009.
SOARES, Magda Becker .. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, (2006). Pg 39-40.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CAINELLI, Marlene Ensinar História. SP: Scipione, (2004): 96-105.
UNINOVE, fundamentos da Alfabetização. Aula 5. http://ead.uninove.br/ead/graduacao/fa/a5pg4_fa.htm . p. 28.Acesso em 06/08/2009.
SOARES, Magda. Ler, verbo transitivo. www.LeiaBrasil.org.br .Acesso em 10/09/2009.
HADJI, Charles. Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.
HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. São Paulo: Editora Ática, 2003.
JAMET, Eric. Leitura e aproveitamento escolar. São Paulo, EDIÇÕES LOYOLA, 2000.
MÉNDEZ, Juan Manuel Alvarez. Avaliar para conhecer. Examinar para excluir. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.
SILVA, Mirian do Amaral Jonis (2006). Aprender para a vida ou para o vestibular? O Alfabetismo científico e a construção social de conceitos biológicos entre estudantes de Cursos Pré-vestibulares Comunitários. Tese de Doutorado, Departamento de
Educação, PUC-Rio.
SILVA, Ezequiel Theodoro. Leitura em Curso.Trilogia pedagógica. 3 ed. São Paulo: Autores Associados. 2006.
YUNES, Eliana (Org). Pensar a leitura: complexidade. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2002.